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PROTESTOS DA GERAÇÃO Z: A REBELIÃO DOS NATIVOS DIGITAIS

Uma geração que tem em comum o desejo de mudança decidiu sair à rua. As suas preocupações vão da escassez de bens essenciais até ao combate à corrupção. Os protestos mobilizados pela chamada Geração Z (nascida entre 1997 e 2012), os primeiros a crescerem num mundo com internet e smartphones, já levaram ao recuo de medidas e até à queda de um governo.


Na Indonésia, os protestos apareceram em agosto sob a forma de grafitis em Yogyakarta e resultaram na detenção de pelo menos cinco mil pessoas e dez mortos. A gota de água que levou cidadãos às ruas foram os benefícios atribuídos aos deputados do país, incluindo um subsídio de alojamento correspondente a quase dez vezes o salário mínimo da capital, Jacarta.


Em Marrocos, a base do descontentamento está no dinheiro investido pelo Estado na preparação de torneios como o Mundial de Futebol de 2030 e a morte de oito mulheres durante cesarianas em apenas dez dias no hospital Hassan II, em Agadir. Reformas na educação, acesso universal nos serviços de saúde e combate à corrupção governamental, são outras das reivindicações.


No Nepal, dezenas de redes sociais foram bloqueadas depois de terem sido uma ferramenta para a expressão de insatisfação contra a corrupção e as desigualdades sociais. Os protestos ditaram a demissão do primeiro-ministro.


No Peru, os protestos arrancaram a 20 de setembro, em Lima, quando centenas de pessoas se juntaram a sindicatos e organizações sociais para protestar contra as reformas de pensões, casos de extorsão e abusos policiais contra manifestantes. A resposta das autoridades foi pesada: a polícia nacional destacou cinco mil agentes, que dispararam gás lacrimogéneo e balas de borracha contra os manifestantes.


Em Madagáscar, a escassez de água e falhas de eletricidade levaram jovens a manifestar-se em setembro, numa contestação que se manteve durante semanas. Destituir o governo não pôs fim à tensão. A lista de exigências inclui a demissão do chefe de Estado, a criação de um modelo governamental democrático com acesso universal a serviços essenciais (água, eletricidade, saúde, educação e emprego) e combate à corrupção.


E aqui?


CRM

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