aviso autorias anteriores idioma índice
pendular
GOVERNO ATACA FAMÍLIAS

A nova lei laboral, inicialmente, propunha que quem tivesse responsabilidades familiares dei-xasse de poder recusar turnos ou horários “de trabalho noturno ou prestado habitualmente aos fins-de-semana e feriados”. Ou seja, as famílias que até agora podiam rejeitar certos horários porque tinham crianças com deficiência, doença crónica ou simplesmente menos de 12 anos, iam ter que estar disponíveis para trabalhar a qualquer dia e a qualquer hora. Afinal, quem é que defende as famílias?


Esta medida é tão polémica que o governo está a recuar nas negociações. Contudo, nas novas propostas, a empresa ainda pode obrigar à mudança de horário se existirem “exigências imperiosas do funcionamento da empresa” ou a “impossibilidade de substituir o trabalhador”. Exigências imperiosas? Serão as mesmas que fazem o governo propôr limitar a redução de horário por amamentação a dois anos? Saberá o governo que a exigência imperiosa de uma criança em ser amamentada varia de bebé para bebé? Afinal, quem é que defende as famílias?


Mas nada disto é novidade. Na altura da troika muitos direitos foram retirados e em 2019, já com outro governo, foi aprovada outra lei laboral. Agora o governo mudou outra vez mas a receita é a mesma. A greve geral de 11 de dezembro não depende de quem está no governo ou de negociações feitas nos bastidores mas da nossa força, para ir além de pequenas migalhas e lutar para que o trabalho deixe de ser o centro das nossas vidas.

NR

Partilhar
Aviso Pendular